terça-feira, 30 de junho de 2015

Epístola do meu mano novo - via email -

De Laerte PiresAdd contact
Assunto A idade do tempo
Seg. 18:17
Tive todas as idades da juventude.

Fui tão jovem que não me dei conta do tempo; experimentei o tempo que
curava todas as feridas; cheguei ao tempo em que a urgência atropela o
próprio tempo.

Ultrapassados meio século de existência já não há tempo para maturação de
velhos rancores ou cultivo de pequenos caprichos que se demorem a
desabrochar.

Parece fatalismo, mas não, é apenas pragmatismo.

Estatisticamente falando resta-me cerca de 20 ciclos pela frente

Apenas 20 comemorações de Natal e Ano Novo, 20 bolos de aniversário, 20
viagens de férias, 20 carnavais...

Claro que pode ser mais, e desejo que o seja, mas também pode ser menos, e
resigno-me se o for.
E se vinte realmente o forem, que sejam vinte verões, ainda que invernos
não nos assustem, pois estes a gente dribla com o calor da amizade.


Beijos de um velho amigo que se torna um ano mais velho e, quiçá, um ano
mais amigo,


L.

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