terça-feira, 22 de setembro de 2015

O PROFESSOR





Há muitos anos persiste,
As falhas na Educação,
Alunos e professores,
Sofrem a exploração.

Dedicados são os mestres,
Na arte da instrução,
Formam médicos, engenheiros,
Doutores da construção.

Nessa arte, nessa lida,
A saúde sem perfeição,
Sem valor nessa vida,
Qual seria a solução?

Os consultórios estão cheios,
A sociedade é quem paga,
O descalabro do meio,
Da sociedade atrasada.

Políticas públicas então,
São jogadas no chão,
Pois o liberalismo,
Só é bom pro patrão.

Aluno da rede pública,
Não compete de igual,
A sociedade reproduz,
O status quo atual.

O filho do banqueiro,
E o filho do pedreiro,
Em escolas diferentes,
Um vai ganhar dinheiro,
O outro vai ser lixeiro.

Classe média também sofre,
Desse tema atual,
Sendo jogada aos poucos,
Na situação desigual.

Plano de saúde não cobre,
Quando o mal é enorme,
O preço vai aumentando,
O atendimento caindo.

Com salário achatado,
Seu filho será tirado,
Da escola particular. E,
Pra pública levado.

Mas nem tudo está perdido,
Desmanchando tá no ar,
Tudo que é sólido,
Repito e sem errar,

O que foi profetizado,
O capitalismo gera,
O seu próprio coveiro,
O proletariado.
LAERCIOPPIRES@HOTMAIL.COM








terça-feira, 15 de setembro de 2015

PASSAR MAL EM SALA DE AULA É COTIDIANO; MAS A PONTO DE PRECISAR CUIDADOS MÉDICOS JÁ É A TERCEIRA VEZ.

          Isto já está se tornando rotineiro. Não estou gostando nada. A primeira vez foi na EMEF Professor Salvador Marturano, em meados de 2014; tive um pico de pressão e apaguei por alguns minutos, fui ao médico que me receitou medicamento para hipertensão. A segunda vez foi há 17 dias (hipertensão), conforme relatado em post anterior, resultando em afastamento por 8 dias. A terceira vez foi hoje, na última aula: os alunos estavam exageradamente agitados, o estresse tomou conta de mim e não vi mais nada. Quando saí do estado de inconsciência, alguns professores estavam me levantando e me colocando sentado em uma cadeira. Eu ouvia as vozes como se estivessem longe, longe, looonnge. Aos poucos fui recobrando a plenitude da consciência. A professora Norma e a diretora Luciana me amparavam e me levavam para a sala dos professores. Ato contínuo, já na sala dos professores a diretora Luciana deu-me um copo de água e ligou para a Medicar que chegou em pouco tempo (uma médica e dois auxiliares). Fizeram os testes de praxe, glicemia e pressão. Glicemia 138 e pressão 11 por 9. Já havia baixado, pois segundos antes de cair eu havia tomado comprimido de Propranolol; ainda bem!
          O corpo médico que me atendeu deu-me as seguintes orientações: passar pelo Neurologista e pelo cardiologista para evitar complicações.
          Bem, como dizia meu velho tio Joaquim: - "Mantenhamos o coração tranquilo pois 'Quem morre na véspera é o peru' - ou este outro - 'Urubu só morre de desastre'.
          Depois do susto os amigos prontamente auxiliaram no translado deste velho carvalho para o refúgio do recôndito do lar. O professor Jader levou-me em seu carro e o segurança Sebastião levou a minha moto.
          Que seria de nós sem os amigos!!!

domingo, 13 de setembro de 2015

Avaliação escrita a lápis, é esquisito!

          Na postagem anterior, fiz um desabafo sobre o que anda acontecendo desde que entrei na Prefeitura, por concurso. Bem, hoje quero relembrar detalhes sobre a avaliação do meu desempenho, feita pela diretora Sueli, da EMEF Professor Marturano, em 27 de agosto de 2015.
          Em primeiro lugar, eu questiono aquela avaliação, pois foi me apresentada pela citada diretora de maneira inusitada para um documento daquela natureza. Escrita a lápis, pasmem. Isto poderá ser comprovado por peritos ou até mesmo visualmente, pois os vestígios de grafite dificilmente serão totalmente eliminados. Além disso, na sala, havia mais alguém que poderá corroborar a minha afirmativa.
          Em segundo, em um trecho da avaliação, ela afirma que houve reclamações da minha pessoa. Só que isso ficou muito incerto, não especificado. Ela nem mesmo lembrava quem tinha reclamado.
          Em terceiro, eu faço uma pergunta. Porque essa diretora pedia-me para dar aulas eventuais em outros períodos que não o meu? Isso aconteceu muitas vezes durante o ano. Até o final do ano de 2014. Afinal, pelas afirmações dela na minha avaliação, não deveria me chamar para nada além da minha carga horária; concordam?
          Acredito que ao fazer a minha avaliação a diretora Sueli deixou-se levar por questões pessoais. Acredito que ela agiu por vingança; em retaliação a uma ocasião em que ao ser maltratado, por ela, frente a alguns alunos, eu retornei, ao final do expediente, à sala dela, e disse-lhe que não admitia ser chamado a atenção na frente dos alunos, porque fica mal os alunos presenciarem discussões entre diretora e professores.
          Sem mais, agradecido pela atenção, me despeço.

          Ribeirão Preto, setembro de 2015

laercioppires@hotmail.com
         

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Transição



          Quando vejo um aluno indo para a escola com um carrinho, boneca ou outro brinquedo sinto um aperto no coração. Eles fazem isso (inconscientemente) porque os brinquedos são objetos de equilíbrio emocional, pois sentem prazer ao brincar, se expressar e imaginar que estão sendo “alguém”. Como dizia Paulo Freire: “eles precisam dizer sua palavra (se expressar), serem mais”. Sinto um aperto no coração porque em sala de aula, ao sentirem-se infelizes, buscam na mochila o arrefecimento para a mente; tiram bolinhas de gude, bonecas, carrinhos e iniciam a brincar. Mas o professor proíbe a felicidade e toma das pequeninas mãos aquele que poderia proporcionar o instante de alegria para um coração já tão machucado, em tenra idade. O professor quer que o aluno olhe para si, para a lousa e para o caderno. O professor fala – “Sala de aula é para estudar! Afinal, se não quer estudar fique em casa!”
          Por outro lado, o professor, também vítima desse modelo de Educação arcaico, sente-se ultrajado pela quantidade de pequenos seres, que, juntos se tornam uma multidão incontrolável, falando, andando, brigando, brincando, chorando ou desafiando o professor... Menos, estudando. Quando consegue, colocar ordem na sala superlotada e passar algum conteúdo, o estresse já tomou conta, a pressão subiu, o estômago doeu e os venenos causados pelas contrariedades já se instalaram no fígado. A boca amargou.
          A sala de aula é o termômetro de uma sociedade falida. Na educação, como nas outras áreas, nós estamos passando por uma intensa transição. Vide Marshall McLuhan e Quentin Fiore no livro “O Meio são as Massagens” (cic):
“Confusões inumeráveis e um profundo sentimento de desespero emergem invariavelmente nos períodos de grandes transições tecnológicas e culturais. A nossa ‘Idade da Angústia’ é, em grande parte, o resultado de se tentar cumprir tarefas de hoje com as ferramentas de ontem – com os conceitos de ontem” (McLuhan, 1969, p.37).
          Estaríamos nós, professores, tentando lecionar “hoje”, como se lecionava “ontem”? A relação aluno/professor, de alguns anos atrás era muito diferente, os meios de comunicação eram diferentes, a criança, o adulto, eram diferentes. Papai não precisava gritar, bastava olhar, e tudo se resolvia. O professor mandava, o aluno obedecia... Outros tempos... Queremos voltar a viver daquele jeito? Nãããão! Mas então, a culpa é do professor, ou do aluno? De nenhum dos dois.
          As crianças e jovens entendem o mundo contemporâneo muito melhor do que nós, e tentam a todo momento nos chamar a atenção para o que tem sentido aqui e agora, mas, como estamos com os olhos no retrovisor da vida, não conseguimos ver o que eles vêm. Veja o que diz McLuhan em outro trecho:
“A juventude compreende instintivamente o ambiente atual – o drama elétrico. Ela vive miticamente e em profundidade. Esta a razão para a profunda alienação (afastamento) entre as gerações. Guerras, revoluções, guerras civis são as faces confrontantes dentro do novo ambiente criado pelos meios informativos elétricos” ” (McLuhan, 1969, p.37).
          Qual seria a solução, então?
          Pois é. Filósofos, sociólogos, psicólogos, educadores, entre tantos outros, se debruçam cotidianamente sobre estas questões, sem uma resposta consensual entre eles. Muitas teses serão ainda escritas e debatidas por muito tempo. A solução virá quando aprendermos a ouvir a voz que vem dos pequenos, que é a voz do aqui e agora. Agora!!! Pois quando crescerem, ficarão como nós, olhando pelo retrovisor da vida.
Laercio Penafiel Pires