sábado, 1 de abril de 2017

A VOZ



Depois de uma boa noite de sono ficamos mais funcionais; o cérebro, o corpo, os órgãos, tudo

funciona melhor. Após o café da manhã ouvi um barulho de carro chegando, era o meu filho que estava vindo pra ajudar a consertar o carro. Depois de umas mexidas no veículo ele disse que eu anotasse as peças para comprar. Fiz isso; em seguida montei  na poderosa (moto) e segui em direção à loja de autopeças. Pelo caminho, capacete aberto, vento no rosto, fui tendo uma sensação boa, diferente: era como se eu estivesse me descobrindo, redescobrindo na verdade. Algo dentro de mim dizia: "você pode, você é bom". Ora bolas, isso é inédito, muito novo; afinal, faz muito tempo que não leio livros de auto ajuda, tampouco frequento cultos religiosos, nem estou louco. Bom, segundo meu psiquiatra eu não sou louco, apenas um pouco ansioso, rsrsrs. Mais algumas voltas nas rodas da moto, mais vento fresco no rosto, a voz repete: "você pode, você é bom". Caramba, pensei, que será isso? Cheguei na loja de peças, balcão lotado, esperei; enquanto esperava, a voz: "você pode, você é bom!" Olhei para os lados, com medo que alguém percebesse algo; mas, não, tudo na mais perfeita normalidade. Depois da compra das peças, voltando para casa, ouvi mais umas duas vezes a afirmação: "você é bom, você pode", já estava até me acostumando com aquilo. No final do dia, carro arrumado, banho tomado, voltei ao "Capital" de Karl Marx e retomei a leitura do dia anterior; leitura que eu julgara muito pesada e de difícil compreensão. De repente, tudo se esclareceu, vi o porquê daquela voz; entendi que aquela voz era do meu inconsciente me comunicando que as páginas que eu havia lido já estava ao alcance do meu entendimento. Devorei novamente o texto sobre a mais valia e compreendi tudinho. Aff!

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