sexta-feira, 29 de agosto de 2014

QUEM FAZ A NOSSA CABEÇA?


É claro que essa pergunta não é fácil de ser respondida. Entretanto temos algumas pistas que podem nos auxiliar nesta questão. Vejamos:
Se eu moro em um bairro de periferia, tenho contato com pessoas mais simples, no supermercado, na padaria, na banca de revistas, etc. No trabalho, dependendo da minha profissão vou conviver com pessoas mais ou menos sofisticadas, mais ou menos esclarecidas; e por aí vai...
Se moro em condomínio, a convivência poderá ser de certa forma diferenciada, nos modos de conversar, no modo de vestir; os meios de informação (jornais, revistas, net, etc...). Meu trabalho poderá ter um padrão socioeconômico mais elevado...
Se moro numa favela, poderei conhecer pessoas trabalhadeiras e honestas, como também conviver com algumas pessoas desqualificadas ou desonestas. Discriminações e preconceitos à parte, eu diria que, pessoas desonestas e desqualificadas poderei encontrar em qualquer local de moradia ou de trabalho.
Se moro no interior, a convivência com pessoas simples, gentis e calorosas será mais amiúde do que nas grandes cidades; a honestidade e a solidariedade serão coisas muito mais comuns nestes lugares.
Bem, já sabemos por estudos anteriores de psicologia que o ser humano (outros animais também) aprende principalmente por imitação através do “neurônio espelho”
.
Os neurônios-espelho podem explicar muitas habilidades mentais que permaneciam misteriosas e inacessíveis aos experimentos e os neurocientistas acreditam que o aparecimento e o aprimoramento dessas células propiciou o desenvolvimento de funções importantes como linguagem, imitação, aprendizado e cultura. (http://www.mackenzie.br/fileadmin/Pos_Graduacao/Editais/Neuronios_espelho.pdf., 2006).

Desta forma concluímos que todo contato que temos, com qualquer pessoa ou informação, imprime alguma espécie de experiência sintetizada em nossos cérebros, mesmo que algumas vezes estas sejam quase insignificantes.
Mesmo insignificantes, com o passar do tempo, a somatória destas experiências reais ou sintéticas vão se avolumando em nosso cérebro formando o que chamamos de conceitos, opiniões, preferências, convicções, etc.
Porém, tudo que vimos até aqui é quase nada perto das influências que recebemos todos os dias dos meios eletrônicos, mídias (tv aberta ou paga, internet, cinema, celulares, táblets, jornais, revistas, etc...). Estes meios eletrônicos (em grande quantidade) moldam nosso modo de vestir, nossos gostos pessoais, nosso modo de comer, o que comer, nossos conceitos e preconceitos; moldam até mesmo nossas expressões em cada cenário do teatro da vida (no serviço, em casa, nalguma festinha de aniversário ou casamento, etc...). Moldam o modo como nos dirigimos ao nosso cônjuge, aos nossos familiares, aos amigos. Moldam nosso modo de sentar, o modo de olhar (para cada tipo de pessoa, temos dentro de nosso arquivo pessoal, um modo de olhar, um sorriso, ou um franzir de cenho, um retorcer de lábios, etc...)
A lista de fatores que nos modificam e nos refazem a todo momento (até nos sonhos os fatores continuam agindo) é tão extensa que precisaríamos milhões de megabytes para registrá-los.  E isto é muito inquietante para mim.
O fato positivo de tudo isso é que há muitos estudos sobre tudo isso. Há pessoas de fato preocupadas com o futuro da humanidade. Por isso ainda não perdi a esperança. Eu também continuo nesta busca...

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